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31 de julho de 2017

Kombucha - preparação passo a passo

A (ou o) Kombucha (pronúncia: "kombutcha"), ainda, Kombuchá, é uma bebida probiótica obtida tradicionalmente a partir da fermentação do chá (Camellia Sinensis) ou infusões ricas em cafeína (pelo método não tradicional). Para a fermentação, prepara-se o chá, normalmente preto ou verde, mas pode ser qualquer infusão, desde que seja doce. Depois de pronto e já arrefecido, inocula-se a solução com um líquido acidificante ou vinagre proveniente de fermentações anteriores e a zoogléia ou bolacha (ou do inglês SCOBY - Symbiotic Culture Of Bacteria and Yeast). Tudo isto é deixado em repouso para o processo de fermentação da bebida. Após alguns dias, quando quase todo o açúcar terá sido consumido para dar lugar às várias enzimas, vitaminas e ácidos, contudo, a bebida estará com um sabor ácido, mas, ainda, levemente doce e estará pronta a ser consumida.


História 

O primeiro relato de produção e consumo de kombucha vem da China, em 221 a.C., durante a Dinastia Tsing. A Kombucha vem sendo cultivado por milhares de anos por várias culturas, tendo menções na Bíblia (Rute 2:14) onde o proprietário de terras Booz convidou Rute durante sua colecta de grãos: "Vem cá e come um pouco de pão e mergulha teu bocado na bebida de vinagre! E ela se sentou ao lado dos ceifadores; e ele lhe alcançou cereal torrado e ela comeu e se saciou e ainda sobrou." Este relato bíblico de cerca do ano 1000 a.C. não somente nos dá uma indicação de seus hábitos nutricionais exemplares, apesar de serem modestos de acordo com a nossa perspectiva, também vemos que, mesmo naquele tempo, as pessoas preparavam, com microorganismos, bebidas com ácido láctico e como elas serviam às pessoas como energia e refresco durante os árduos trabalhos da colheita. Durante as décadas de 1960 e 1970 a bebida tomou proporções globais, quando os hippies adeptos de práticas nutricionais naturais, difundiram o uso do chá fermentado. Em 2015, o mercado de kombucha foi estimado em US$600 milhões.

O nome kombuchá vem de uma crença ocidental de que a colónia ou biofilme era na verdade uma alga marinha chamada kombu, e pelo facto de na Índia, os chás provindos da Camellia sinensis serem chamados de cha ou chai. Descobriram depois que a colónia não era a tal alga, mas o nome já tinha sido popularizado.

Características

É uma bebida probiótica rica em ácidos, vitaminas e açúcares simples e ajuda a regenerar a microbiota intestinal.

Kombucha é uma colónia composta de microorganismos aglomerados numa massa de celulose parecida com uma panqueca. Tal aglomerado simbiótico recebe o nome português de zoogleia ou biofilme, mas também usualmente chamada de bolacha ou scoby, com os seguintes componentes:

Várias enzimas, ácido acético, ácido carbónico, ácido fólico, ácido glucónico, ácido glucurónico, L(+) láctico, ácido de Usnic, aminoácidos (vários), ácidos hidróxidos (vários), vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), vitamina B3 (niacina, niacinamida), vitamina B6 (pyridoxina), vitamina B12 (cobalamina, cyanocobalamina), vitamina C.

Quando a colónia é colocada num recipiente contendo uma mistura do chá com o açúcar, transforma o líquido numa bebida doce e azeda com uma fragrância frugal muito saborosa que pode fornecer diversos ácidos e nutrientes, excelentes para a saúde. A cultura de Kombucha alimenta-se do açúcar e produz tais produtos finais que ficam na bebida: o ácido glucurônico, ácido acético, ácido glucônico, ácido láctico, vitaminas, aminoácidos, e algumas substâncias antibióticas. Dentre outras substâncias, o álcool de 0.5% a 1% também é produzido, mas não caracteriza bebida alcoólica, caso a fermentação da bebida seja completa é formado o vinagre, que é rico em ácido acético produto da degradação do álcool pelas bactérias assépticas.

Temperatura: A cultura de Kombucha beneficia de um lugar morno (mas não abafado ou húmido). Recomenda-se que a temperatura do chá não caia abaixo dos 10ºC nem se eleve acima dos 30ºC. A temperatura ideal anda ao redor dos 22ºC.

Tempo útil de vida: As bolachas têm tempo de vida ilimitado, podendo durar anos.

Agora vou deixar passo a passo como costumo fazer a minha kombucha, tanto na primeira como na segunda fermentação:

Primeiro passo:

É preciso ter a colónia. Existem grupos no facebook de doações de probióticos onde podem adquirir a bolacha para iniciar. Eu sugiro estes, Probioticamente e Kefir e Kombucha Portugal - GRUPO DE PARTILHA.

Como tenho já algumas bolachas a fermentar, vejo quais são as que estão "no ponto" para mudar. Costumo deixar para a primeira fermentação, entre 7 a 14 dias, mas depende muito da temperatura. Menos tempo do que isto, deixa a kombucha muito doce (logo com todo o açúcar ainda presente) e mais tempo (para o meu gosto), fica muito ácida. Ao fim de uma semana, começo a ver a consistência e o cheiro, se tiver um cheiro avinagrado, para mim já está bom. Saliento que, no país onde vivo, as temperaturas nunca são muito elevadas, por isso o tempo de fermentação aqui, ronda os 10 dias.

Preparo o material:

Recipiente em plástico para colocar as colónias (eu uso um pequeno alguidar)
Passador de plástico
Funil de plástico
Garrafas de plástico com tampa

Preparo o chá: 

Usando a proporção de:
2 saquetas para cada litro de água e 75g de açúcar para cada litro de água, neste caso, para 4 litros de água, uso 8 saquetas de chá e 300g de açúcar. (uso o branco por ser mais barato).

Vou alternando entre o chá verde e o chá preto, mas o que mais uso é este:



Coloco a água ao lume num tacho ou panela e desligo quando começar a ferver. Deito o açúcar e as saquetas de chá e mexo com uma colher de pau até dissolver o açúcar (aqui já tinha retirado 2 saquetas antes de me lembrar de tirar a foto).



Deixo arrefecer o chá até à temperatura ambiente.

Entretanto destapo as bolachas a mudar. Estão assim:


As colónias com o tempo criam uma capa à superfície e é essa capa que vai engrossando e que vai dar origem a outras bolachas. Mas também podem crescer por baixo. As minhas nem sempre são assim disciplinadas e costumam multiplicar-se por baixo 😆.



Com a mão, retiro as bolachas para o recipiente de plástico e junto um pouco do líquido fermentado. 
Para a fermentação seguinte, convém deixar cerca de 10% do total do líquido por cada litro de chá novo. Neste caso, como tenho 2 frascos de 2 litros, deixo cerca de 400 ml para adicionar na fermentação seguinte. 

As bolachas adquirem o formato do recipiente onde estão a fermentar.



O restante líquido que ficou no frasco, deito directamente para as garrafas de plástico que vou usar para a segunda fermentação. Uso um funil e um passador fino para coar algumas impurezas.
Não encho totalmente as garrafas, deixando espaço para as frutas que vou adicionar e para a própria fermentação.



A seguir preparo as novas fermentações.

Passo os frascos por água e deito o novo chá, sem encher o frasco.



Deixo mais ou menos assim.



Depois deito o líquido fermentado que estava de parte.
Gosto de coar para evitar que entrem impurezas.



Passo as bolachas para o frasco. Se tiverem muitas impurezas, lavo-as debaixo de água corrente.
Aqui dá para ver que existem várias bolachas agarradas umas às outras.



No fim, os frascos ficam assim.




Não fecho os frascos com a mola. Sei que se pode fechar, mas eu deixo só a tampa encostada, com uma folha de papel absorvente de cozinha preso com um elástico para evitar que entrem bichitos ou pó.


E reservo num sítio fresco e escuro, de forma a que não sejam mexidos durante a fermentação.
Aqui a minha "produção" de kombucha😆😆.


Aqui ficam até à próxima muda.

No mesmo espaço deixo as garrafas com a fruta para a segunda fermentação. Nestas garrafas de 1l, deixo normalmente 3 ou 4 dias (para o meu gosto, o tempo ideal). Se as garrafas forem maiores, deixo mais 1 ou 2 dias. 

Findo esse tempo, coloco as garrafas no frigorífico e consumo depois de fresco, normalmente entre 2 a 3 copos por dia.

Também podem consumir a kombucha logo depois da primeira fermentação, colocando logo as garrafas no frio sem as frutas. Pessoalmente não gostei muito, e após ter insistido, dei conta que me dava azia pela acidez.


Fontes: Grupo Probioticamente               https://pt.wikipedia.org/wiki/Kombucha

6 de julho de 2017

Probióticos - os vários tipos

LEITES FERMENTADOS

  •  “IOGURTES”

Todos são leite fermentado e quando utilizamos a palavra IOGURTE é ao Búlgaro que devemos esse nome.
Lactose: Apesar da fermentação metabolizar parte da lactose em glucose e galactose, não o faz por completo. Se não se dá com os iogurtes de compra, provavelmente com estes também não. O problema reside na intolerância à caseína, pois esta continua sempre presente em todos os produtos lácteos. Mas se não tem intolerância à lactose nem à caseína, não custa experimentar. As bactérias em acção são diferentes.
Temperatura: O Búlgaro é o único que precisa do leite aquecido para ser feito. Os outros são, supostamente, para fazer em temperatura ambiente, mas isso funciona no inverno ou em temperaturas de preferência nos 25ºC ou abaixo. No verão, convém usar uma “estufa de frio”.
Tempo útil de vida: Duram geralmente entre 5 a 7 dias no frigorífico. Depois disso começam a ganhar soro e vão-se deteriorando até se tornarem irrecuperáveis.
Nota: Com o Cáspio já foram relatados períodos de conservação no frigorífico superiores a 15 dias.
Ao contrário dos iogurtes que fazíamos em iogurteira usando um iogurte comprado, que ao fim de algumas gerações perdia qualidade e era necessário comprar outro, estes duram por tempo indefinido.
Conservação: Os iogurtes podem ser congelados ou desidratados caso queira fazer uma pausa mais prolongada no seu consumo.

BÚLGARO


Originário da zona da Bulgária. Este é o original do iogurte que compramos no supermercado ou fazemos na iogurteira. O mais ácido de todos. Menos sólido que o de compra e não tão homogéneo.





CÁSPIO 



(Matsoni ou CSY: Caspian Sea Yoghurt) Originário da zona do mar Cáspio. Tão sólido (ou mais) que o Búlgaro e mais homogéneo, no sentido de ser mais parecido com os iogurtes de compra. Menos ácido.






FIL MJÖLK 
Atribui-se a sua origem à Suécia ou Finlândia. O Fil Mjölk é parecido com o Cáspio e muitos
consideram-no menos denso e menos homogéneo que o Cáspio.


VIILI 

Originário da Finlândia. Existem duas versões: uma viscosa (Viili longo). Denso e homogéneo, com uma consistência bem diferente dos outros 3 ou dos que se compram. Forma uma “capa” (casquinha) à superfície (sobretudo após 48h no frigorífico) resultado da acção de um fungo inofensivo. O Viili forma o que se chamam de “cordas” e a sua viscosidade característica desagrada a muitas pessoas. A outra versão é menos viscosa (Viili curto) e mais parecida com os outros iogurtes.



  • KEFIR

(também conhecido em Portugal por flor do iogurte)

O kefir é um SCOBY (do inglês: Colónia simbiótica de bactérias e leveduras), o que significa que os microrganismos que compõem essa colónia vivem em simbiose, numa relação de mútua dependência.
Os grãos têm cor branca leitosa ou amarelada. São parecidos com pequenos pedaços de couve-flor,
embora existam variantes de aspecto muito diferente. Tal como os iogurtes, o kefir produz um leite fermentado.
Leite: Dá-se bem com qualquer tipo de leite: cru, UHT, pasteurizado ou em pó. Gordo, ½ gordo ou magro. Vaca, cabra, ovelha...
Lactose: A colónia alimenta-se principalmente da lactose, o açúcar do leite. Esta é toda metabolizada em dois açúcares simples, glucose e galactose, desde que a fermentação se prolongue por tempo
suficiente ou aumentando a quantidade de grãos em relação ao leite. Tornar o leite fermentado “livre” de lactose, deixa-o demasiado ácido para o paladar de muitas pessoas.
Leites/Bebidas vegetais: Pode ainda utilizar bebidas vegetais, mediante a combinação com
leite ou a alternância entre os dois se não quiser consumir leite. Os resultados são diferentes dos conseguidos com o leite e a variação resultante de várias marcas de leites vegetais também. E convém
não confundir uma fermentação mal sucedida (pouco comum) com uma
da qual não goste do sabor (muito comum). Nota: Nem todos os microrganismos que habitualmente compõem as colónias de kefir se alimentam de lactose ou apenas desse açúcar. Por isso é possível efectuar fermentações bem sucedidas em bebidas vegetais. No entanto, a capacidade de uma determinada colónia em funcionar bem sem lactose e manter a sua capacidade de crescimento ao retornar à lactose, varia conforme a sua microflora específica. Evite menos de um mês sem lactose. Há quem os alimente com lactose 1x por semana.
Temperatura: Para fazer em temperatura ambiente, mas evite acima dos 30ºC e abaixo dos 5ºC.
Tempo útil de vida: Teoricamente, os grãos duram “para sempre” se bem cuidados. Vão-se
reproduzindo.

KEFIR / KEFIILI

Kefiili é uma expressão que, se não erro, foi cunhada por Dominic Anfiteatro, uma referência mundial no mundo do Kefir, o mesmo que, creio, batizou o kefiran e a kefiraride. O Kefiili obtêm-se expondo grãos de kefir ao “iogurte” Viili. O resultado é um fermentado tipo iogurte Viili produzido pelos grãos do kefir. Mas esqueça o coar facilmente. A densidade do fermentado, apesar de não ser tão intensa quanto a do “iogurte” Viili, torna esse processo mais difícil. O Kefiili funciona muito bem em unidose, podendo usar grãos
 grandes para fazer “iogurtes” de “Kefiili”. Tem um sabor menos ácido e parecido com o “iogurte” Viili”. Se tem kefir a funcionar em paralelo com o kefiili, tenha cuidado para não contaminar. Os cuidados referentes a esta pequena variação do Kefir são os mesmos que o “original”.
Nota: Estes resultados foram obtidos com leite pasteurizado gordo.



  • FERMENTO PARA PÃO

(Conhecido por: Massa …Azeda ou …Lêveda ou …Madre. Ou por Isco ou Sourdough)
A massa lêveda é uma pequena quantidade de farinha e água que se deixa fermentar num local morno, sem adição de fermentos ou de leveduras, para depois misturar com uma maior quantidade de
farinha com o objectivo de preparar massa para pão. Algumas fontes usam a expressão “massa lêveda” para referir uma massa a que foram adicionadas leveduras, para a confecção de pão ou bolos. Também se utiliza a mesma expressão para uma massa que é feita em duas etapas: na primeira faz-se um Isco ou “começo” (starter), misturando uma pequena quantidade de farinha com fermento, deixa-se levedar e depois junta-se esse Isco ao resto da farinha.


  • (LACTO) FERMENTAÇÃO DE VEGETAIS 


Muito provavelmente já comeu: pickles, chucrute, couve roxa, cornichons, Kimchi, kvass...
Não são difíceis de fazer e depois de ganhar o jeito, ficará com legumes fermentados para meses. Com a vantagem de saber o que está a comer. Sobretudo se tiver horta. Os vegetais podem ser fermentados usando starters específicos, como o soro do Kefir o líquido da Kombucha / Tibicos ou até mesmo vinagre de cidra. Muitas pessoas recomendam, no entanto, que sejam usados apenas água, sal e as bactérias que estão naturalmente presentes nos vegetais e nas nossas mãos e utensílios depois de bem lavados.
Em relação aos outros fermentados partilhados no grupo, existem algumas diferenças:
a) Não é necessária a partilha de organismos fermentadores tal como é para o kefir ou os Tibicos;
b) Os tempos médios de fermentação são mais longos, recomendando-se entre 2 a 4 semanas. Nota: Embora haja quem faça fermentações de poucos dias, crê-se que os efeitos probióticos são reduzidos (ou nulos) já que não há tempo para que os microrganismos fermentadores atingirem uma contagem microbiana suficiente;
c) As fermentações são mais fáceis de fazer sem ar, hermeticamente fechado e de preferência (mas não obrigatório) com borbulhador (airlock) para prevenir o surgimento de bolor.
Receita aqui: https://sabervivercomfibromialgia.blogspot.lu/2017/05/couve-fermentada.html


  • TIBICOS (também conhecidos por Kefir de água ou Tibi, entre muitos outros nomes) 


Os Tibicos são um SCOBY. Os grãos são translúcidos e gelatinosos. Podem ser mais claros ou mais escuros, conforme o tipo de açúcar utilizado. Na sua forma mais simples de preparar, fermentam água com açúcar. Também podem ser usados para fermentar, por exemplo, leite, infusões, sumos e bebidas vegetais (com ou sem açúcar). O resultado final é uma bebida entre o doce e o ácido, conforme o tempo deixado a fermentar. Pode ser aromatizada de várias maneiras, sobretudo usando-se frutas e sumos e, dependendo da forma como se elabora, pode ser, ou não, gaseificada.
Açúcar: A fermentação degrada a sacarose em frutose e glicose. Estes açúcares não desaparecem (mas são melhor absorvidos pelo nosso organismo), sendo “disfarçados” pela acidez progressiva. Temperatura: Para fazer em temperatura ambiente, mas evite acima dos 30ºC e abaixo dos 5ºC. Tempo útil de vida: Teoricamente, os grãos duram “para sempre” se bem cuidados. Vão-se reproduzindo.


  • JUN 

O Jun é um biofilme e, tal como o Kefir e os Tibicos, um SCOBY. (idealmente puro) como fonte de energia. Os procedimentos e modos de utilização / consumo do Jun são iguais aos da Kombucha e se já usa este fermentado, não terá dificuldade em adaptar-se à produção do Jun.
Apesar de menos conhecido e mais raro, é como uma Kombucha que em substituição do açúcar, usa o mel
Açúcar: O mel de abelha é uma mistura de dois monosacarídeos (dextrose e frutose). Tal como para a Kombucha, não disponho de informação concreta quanto a esta questão. Suponho que uma parte dos açúcares será consumida, outra será disfarçada pela acidez. Existem alguns estudos sobre a Kombucha mas não conheço um único sobre o Jun. Em termos de cuidados com as bolachas, desde a temperatura a questões de higiene é em tudo semelhante à Kombucha.


  • KOMBUCHA 

A Kombucha é um biofilme e um SCOBY. A colónia é uma “bolacha” de cor acastanhada que
fermenta, geralmente, chá preto ou verde, açucarados.
Açúcar: Não disponho de informação concreta quanto a esta questão. Mas muito provavelmente acontece o mesmo que aos Tibicos. A sacarose desaparece e a frutose e glicose aumentam. A Kombucha também é usada para fazer vinagre se deixada vários meses no mesmo chá ou usando muitas bolachas no mesmo recipiente.
Temperatura: A cultura de Kombucha beneficia de um lugar morno (mas não abafado ou húmido). Recomenda-se que a temperatura do chá não caia abaixo dos 10ºC nem se eleve acima dos 30ºC. A temperatura ideal anda ao redor dos 22ºC. No entanto, passaram já vários anos de uso e nunca me preocupei em controlar a temperatura ambiente e até agora tem corrido bem. Até porque a Kombucha aguenta temperaturas dentro do frigorífico.
Tempo útil de vida: As bolachas têm tempo de vida limitado, podendo durar anos. Como se reproduzem se bem cuidadas, o seu tempo de vida é “ilimitado”.

Fonte: Grupo "Probioticamente"

27 de junho de 2017

Gelatina de kombucha

Se há coisa da qual estou fã, é da minha kombucha. Além de sentir que me faz muito bem, sobretudo  a nível do trânsito intestinal, adoro o sabor. A de morango ou frutos vermelhos então, é a loucura 😆.



Então se pudermos aliar o benefícios dos probióticos, à gulodice de uma sobremesa, é a cereja no topo do bolo.

E esta é tão fácil de fazer!

INGREDIENTES:

700 ml de kombucha de segunda fermentação com sabor a gosto
2 saquetas de gelatina neutra em pó
50 ml de água a ferver



PREPARAÇÃO:


Deitar a gelatina em pó numa taça e adicionar a água acabada de ferver.
Mexer sempre até dissolver a gelatina.
Juntar aos poucos a kombucha, mexendo sempre.
Depois da kombucha estar toda misturada com a gelatina, colocar em taças e levar ao frio de um dia para o outro.



Bom apetite!

19 de junho de 2017

Probióticos


O consumo de probióticos tornou-se uma prática cada vez mais comum nas rotinas de cada um. Mas afinal, o que são probióticos? O consumo de probióticos, seja como suplemento ou sob a forma de alimentos fermentados não pasteurizados, pode ajudar a regular o sistema imunológico. Uma grande quantidade de estudos científicos e clínicos avaliou os vários efeitos deste tipo de bactérias  no intestino (aquelas bactérias intestinais saudáveis) e / ou suplemento probiótico de cepas bacterianas específicas em vários aspectos do sistema imunológico. 

Principais benefícios dos probióticos:

- Facilitam o processo digestivo, ajudando a produzir enzimas essenciais para degradar os nutrientes mais complexos, aumentando a assimilação dos mesmos;
- Diminuem as diarreias, os gases intestinais e a obstipação;
- Previnem as infecções causadas por fungos, leveduras e bactérias nocivas, normalizando o PH intestinal;
- Produzem antibióticos naturais que, ao serem absorvidos pela corrente sanguínea, combatem infecções existentes em todo o corpo e não só nos intestinos;
- Diminuem a absorção do colesterol;
- Ajudam a remover vários tipos de toxinas, minimizando os seus efeitos nefastos;
- Melhoram a saúde da pele;
- Estimulam o sistema imunitário;
- Normalizam a produção de vitamina K e vitaminas do complexo B, nomeadamente a vitamina B12, no intestino.

O uso de probióticos em várias aplicações proliferou nas últimas duas décadas, já que alguns médicos acreditam que um desequilíbrio microbiano no intestino possa ser responsável por uma série de doenças. Sobretudo em distúrbios gastrointestinais, mas também pode ter um papel importante em muitas outras condições. 


Ainda não se sabe muito bem quais os mecanismos que desencadeiam os benefícios dos probióticos no nosso organismo, mas sabe-se que diferentes estirpes de bactérias desencadeiam diferentes respostas no corpo e interagem de forma diferente como o nosso sistema imunológico. Por exemplo, algumas cepas probióticas estimulam a produção de citocinas (mensageiros químicos da inflamação) que promovem o desenvolvimento de células Th1 (o que pode estimular o sistema imunológico para ajudar a combater a infecção e prevenir o cancro). Outras estirpes probióticas estimulam a produção de citoquinas que promovem o desenvolvimento de células T reguladoras, proporcionando assim toda a modulação do sistema imunológico necessária na doença auto-imune. No entanto, outras estirpes probióticas, incluindo várias cepas de lactobacilos, são benéficas em doenças de sistemas imunológicos comprometidos ou excessivamente reactivos.

Embora ainda não tenham sido aprovados pela FDA para o tratamento de doenças auto-imunes, muitos pacientes e clínicos acreditam que os suplementos probióticos podem ser úteis na mitigação dos sinais e sintomas da doença, restaurando o equilíbrio e a função dos micróbios no intestino (onde se acredita que um desequilíbrio causa ou contribui para a desordem). Isto ocorre porque a pesquisa e a experiência clínica mostraram que alguns pacientes com doença auto-imune têm ambientes intestinais significativamente alterados (especialmente aqueles com condições auto-imunes envolvendo o intestino, como doença inflamatória intestinal) e que a adição de probióticos pode realmente ajudar a reduzir ou eliminar a doença Indicadores. Na verdade, a suplementação de probióticos mostrou ser benéfica numa variedade de condições auto-imunes, incluindo: miastenia gravis auto-imune, doenças intestinais inflamatórias, artrite reumatóide, esclerose múltipla e doença da tiróide auto-imune (Hashimoto).

Embora os mecanismos definitivos sejam desconhecidos, existem várias teorias sobre como exactamente os probióticos ajudam a reduzir o impacto de condições auto-imunes. A maioria destes mecanismos envolve a transformação da flora intestinal de disfuncional a normal, o que promove uma vida mais saudável, incluindo uma redução nos distúrbios imunológicos. Esta alteração pode desempenhar um papel na doença, assim como as mudanças que ocorrem localmente dentro do intestino. E também se pensa que o equilíbrio da flora intestinal afecta certos aspectos do funcionamento neurológico. Além disso, a hipótese de higiene é uma hipótese a considerar, embora pouco conclusiva, que sugere que os seres humanos podem ter-se tornado demasiado higienizados para o seu próprio bem ao longo dos séculos, eliminando muitos alvos naturais do sistema imunológicos. Independentemente dos mecanismos, parece que os probióticos muitas vezes têm utilidade para combater os sintomas da doença, o que é, naturalmente, do ponto de vista do paciente, a parte mais importante.

Acredita-se que a suplementação de probióticos e o consumo de alimentos fermentados não pasteurizados proporcionavam benefícios para a saúde ao re-inocular o intestino com estirpes benéficas de bactérias e leveduras. Ter uma variedade e tipos mais saudáveis de microrganismos intestinais seria então responsável pelos benefícios positivos da suplementação probiótica. No entanto, pesquisas científicas recentes colocam essa explicação em dúvida - pelo menos em alguns casos. Um estudo recente sobre a síndrome do intestino irritável predominantemente de diarreia, demonstrou que a administração de suplementos probióticos não alterou a composição da microflora intestinal. Ainda assim é importante salientar que a suplementação de probióticos mesmo nestes casos, continua a ser benéfica. 

Na maior parte das situações, os suplementos probióticos têm efeitos profundos na microflora intestinal. Por exemplo, estudos mostraram diferenças na composição da microflora intestinal após a administração de antibióticos em pessoas que suplementaram com probióticos em comparação com aqueles que não o fizeram. Também pode haver efeitos mais incisivos sobre aqueles com sobrecrescências bacterianas. Os microorganismos probióticos têm a capacidade de afectar a microflora intestinal através de uma variedade de mecanismos, incluindo: reduzir a acidez no lúmen intestinal (a área no meio do "tubo" que forma o intestino), competição por nutrientes, secreção de compostos anti-microbianos pelos próprios probióticos, estimulando a produção de compostos anti-microbianos pelas células e evitando a adesão e a interação de outras bactérias com células epiteliais intestinais. Desta forma, os probióticos podem ajudar a "corrigir" a disbiose intestinal.

O que comemos, tem um efeito profundo nos tipos, quantidades relativas e localização de diferentes bactérias que crescem no intestino - esse efeito é independente dos benefícios de consumir alimentos fermentados ou tomar suplementos probióticos. No entanto, o consumo de probióticos tem o grande potencial para acelerar a cura e modular o sistema imunológico e não deve ser subestimado na gestão de doenças auto-imunes.

Então, quais são as boas fontes de alimento dos probióticos?

- Chucrute cru não pasteurizado
- Vegetais lactofermentados crus não pasteurizados (kimchi, beterrabas, cenouras, pickles)
- Frutos lactofermentados crus não pasteurizados (papaia verde, chutneys)
- Condimentos lactofermentados crus não pasteurizados (ervas e temperos)
- Kefir de água
- Kefir de leite cultivado em leite de coco
- Kombucha
Mais sobre os vários tipos de probióticos aqui

Algumas formas de probióticos devem ser consumidas todos os dias. Normalmente, entende-se que uma pequena quantidade várias vezes por dia é mais benéfica do que uma grande quantidade numa única toma. Quando começar a consumir alimentos probióticos, comece por consumir quantidade muito pequena (apenas 1 colher de chá) e observe como se sente. Algumas pessoas com disbiose intestinal grave podem ter sintomas gastrointestinais mais agudos provocados pelos probióticos. Se vir que não se dá bem com um tipo de probiótico, tente outro. Se mesmo assim, não sentir melhoras com nenhum tipo de probiótico, talvez seja boa ideia dar um pouco mais de tempo ao seu intestino para se regenerar antes de voltar a tentar.

Fontes: 
http://www.autoimmunemom.com/diet/probiotics-gut-bacteria-autoimmune.html
https://www.intechopen.com/books/probiotics/probiotics-applications-in-autoimmune-diseases
http://jn.nutrition.org/content/137/3/798S.full
https://www.thepaleomom.com/the-benefits-of-probiotics-teaser-excerpt-from-the-paleo-approach/
https://www.enetural.com/pt/artigos/aparelho-digestivo-e-flora-intestinal/probioticos-os-melhores-amigos-do-intestino_349art/